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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O QUE DIZ O CATECISMO - PURGATORIO

§1030 Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.
§1031 A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador:
No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem presente século nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro.
§1032 Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:
Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.§1472 AS PENAS DO PECADO Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso admitir que o pecado tem uma dupla conseqüência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, consequentemente, nos toma incapazes da vida eterna; esta privação se chama "pena eterna" do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado "purgatório". Esta purificação liberta da chamada "pena temporal" do pecado. Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas, antes, como uma conseqüência da própria natureza do pecado. Uma conversão que procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, de tal modo que não haja mais nenhuma pena.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Condições para Comungar

Antes de tudo, estar em estado de graça, sem pecado mortal na alma. Para isso devemos nos confessar com freqüência, buscando no confessionário a amizade de Deus, que perdemos pelo pecado.Praticar o jejum eucarístico. Não comer nada, nem beber nada (só água pura é permitido) uma hora antes da Missa. Se for possível, em vez de uma hora, deixar duas ou três horas. Se a Missa é de manhã, procurar acordar cedo para tomar o café da manhã, não comer muito. O ideal seria que a Comunhão fosse o primeiro alimento do dia. Será tão difícil guardar o jejum até depois da Missa. Ter atitudes adequadas ao lugar sagrado: roupas fechadas, modestas; não conversar, ficar de joelhos, rezando e concentrados no rito da Missa. Não devemos esquecer que o Apóstolo São Paulo ordena às mulheres que cubram a cabeça dentro da igreja para honrar a presença de Jesus. Comungar com a intenção de receber Jesus no coração, assistir à Missa preparando-se pela oração e rezando depois da Comunhão em ação de graças. Ou seja, é preciso ter a Santa Missa, a Comunhão, como o momento principal do dia. Centralizar em torno de Nosso Senhor nossas atenções, nosso esforço, nossa oração.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A PRESIDÊNCIA NAS CELEBRAÇÕES

As celebrações acontecem pelo desejo e o fervor das comunidades e graças a pessoas que se consagram a seu serviço, preparando e presidindo as celebrações, tirando tempo e energia para se qualificarem, garantindo, assim, a memória da páscoa no dia do Senhor. O serviço da presidência a cargo de homens e mulheres leigas é reconhecido pela CNBB como verdadeiro ministério litúrgico e vai sendo, pouco a pouco, acolhido pelas comunidades mediante a verificação da habilidade e da fé com que estas pessoas desempenham tal serviço. Vamos ver aqui algumas dicas concretas de como presidir bem essa ação de graças no dia do Senhor.

1. Igreja, um povo de sacerdotes.
O documento " luz dos povos" do Vaticano II afirma que: "Cristo Senhor fez do novo povo um reino de sacerdotes para Deus Pai". Pois os batizados são consagrados como casa espiritual e sacerdócio santo, para que ofereçam sacrifícios espirituais. Por isso todos os discípulos de Cristo oferecem-se como hóstia viva, santa e agradável a Deus.

Está aí proclamado um dado autenticamente bíblico: a comunidade dos batizados em Cristo na força do Espírito Santo constitui toda ela um povo sacerdotal. Povo em que todos são sacerdotes. O sacerdócio ´comum´ dos fiéis (todos os cristãos) e todo o sacerdócio ministerial (padres e bispos) embora sejam diferentes no seu modo de ser devem completar um ao outro.

A assembléia litúrgica.
Quando nos reunimos para celebrar nós formamos uma assembléia litúrgica.

Quando falamos em assembléia litúrgica, não devemos pensar só nas Missas, mas também:
- Na celebração de todos os sacramentos;
- Nas celebrações dos sacramentais; (encomendações, bênçãos, procissões...)
- Nas celebrações da Palavra ou culto dominical;
- Nas via-sacras, novenas, círculos bíblicos;
- Na oração do Ofício Divino (oração da manhã, da tarde)

O presidente da assembléia litúrgica.
A partir disso, o presidente de uma celebração litúrgica pode ser o bispo, o padre, o cristão leigo (o batizado).

Entre os ministérios, ou serviços, há um que merece um momento de maior atenção: "o ministério daquele que preside". Na expressão de São João Crisóstomo, somos um corpo comunitário. Um corpo é coordenado por uma cabeça. A Igreja sabe que sua cabeça é Jesus Cristo. Ele é o único dirigente, e o Espírito Santo é o único animador, a ´alma´ da comunidade.

Mas precisamos ter entre nós um sinal visível, um sacramento de Cristo-cabeça. Na Missa é sempre o bispo ou o padre, nas celebrações ou culto dominical é sempre alguém da própria comunidade preparado para desempenhar esta função.

O serviço da presidência.
O presidente inicia e encerra as celebrações. Ele faz as orações ao Pai, em nome de todo o povo. Ele coordena os demais ministérios dentro da celebração. Por isso, deve sempre sugerir uma presença viva de Cristo através de sua comunicação, gestos, tom de voz, postura, atenção e pelo anúncio da palavra.

A presidência das assembléias dominicais constitui um ministério específico em relação aos demais ministérios que compõem a equipe de celebração. É por convicção cristã e pelo desejo de servir a igreja que esses homens e mulheres se oferecem para essa tarefa, justamente num momento em que a falta de ministros ordenados está a exigir tal serviço. Em muitos casos, só o fato de serem casados ou de serem mulheres impede que tais servidores recebam da Igreja o sacramento da ordem para o serviço de animação da comunidade e presidência da eucaristia.

Enquanto for assim, podemos administrar com inteligência e coração o fato de que aos leigos são confiados ministérios pastorais de importância vital para a comunidade cristã.

Como presidente, a sua função é ajudar o povo a tomar parte de cada ação litúrgica, e a viver interiormente o sentido de cada uma delas. Não com o discurso, mas fazendo bem e colocando alma naquilo que faz.

O serviço da presidência pode ser assumido por mais de uma pessoa, num tipo de presidência partilhada, dividindo as funções que lhe são específicas.

Atitudes que o presidente deve evitar.
- Não se colocar acima da comunidade, mas sempre celebrar com a comunidade;
- Não fazer tudo sozinho (acumular funções), mas sempre dividir as tarefas;
- Não se achar o ´dono´ da comunidade, mas sempre procurar outras pessoas para ajudar;
- Não estar desligado da vida da comunidade, mas vivenciar o espírito comunitário;
- Não celebrar com atitudes moralistas, mas sempre procurando mostrar o caminho certo;
- Não prolongar muito a celebração, mas ser claro e objetivo.
- Não ser racional demais, mas procurar também se colocar em atitude de oração.
O entrosamento é necessário.
É necessário também que haja entrosamento entre quem preside e os demais servidores (leitores, cantores, salmista, etc.)

A preparação em equipe, além de ser necessária para criar um tal entrosamento, é salutar para que os que assumem a função de presidir não se considerem numa posição de superioridade em relação aos demais ministros. Nesse sentido, também não é recomendável que haja, como via de regra, uma formação só para as pessoas que presidem a celebração. Mesmo que, em algum momento, seja necessária uma formação específica (leitores, músicos, instrumentistas...) é fundamental que todos recebam uma formação básica que os qualifique como agentes de pastoral litúrgica.