sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
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quarta-feira, 5 de setembro de 2012
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domingo, 13 de maio de 2012
Espaço Celebrativo
Facilitador: Manoel
Lima de Oliveira
O
primeiro espaço a ser cuidado, o espaço por excelência, são as pessoas. Quando
os cristãos ainda não possuíam locais para as suas celebrações, mas celebravam
nas casas os santos padres faziam questão de lembrar aos fiéis que o templo não
são muros, mas as pessoas. Nos primeiros séculos do cristianismo, as casas onde
os cristãos se reuniam se chamava “domus eclesiae”. A casa da Igreja.
O
batismo nos torna templos sagrados. Fomos ungidos e consagrados pelo Espírito
Santo para formar um só corpo em Cristo. “Este povo santo, reunido pela unidade
do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é a Igreja ou templo de Deus, construído
de pedras vivas, onde o Pai é adorado em espírito e verdade”[1].
Esta realidade deve manifestar-se também em materialidade no espaço ocupado
pela comunidade reunida. Na disposição e na organização do espaço, na relação
que criamos entre as pessoas e os vários ministérios desempenhados na
celebração. É possível mostrar essa unidade. Nas Igrejas, precisamos portanto,
evitar qualquer coisa que sugira separação e isolamento: colunas, tribunas,
excesso de degraus.
1. Átrio
O
cuidado para que cada pessoa se sinta bem, seja bem acolhida, demanda uma série
de serviços e espaços. A entrada ou átrio tem a função de acolher, recepcionar,
preparar, predispor, informar, fazer transição. Neste átrio, um mural, com
cartazes, avisos, fotos das atividades pastorais, das ações caritativas que a
celebração suscita e a comunidade promove, uma frase do Evangelho do dia,
contribui para introduzir no ministério celebrado.
2. O lugar da
assembléia
“Onde
dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt
18,20). “Reunidos como comunidade celebramos o mistério pascal para tornar-nos,
cada vez mais corpo eclesial de Cristo”[2].
A
assembléia deve manifestar-se o mais unido possível, sem separações ou
barreiras que impeçam de ver, de escutar, de participar ativamente, de se mover
e realizar as procissões previstas pelo próprio rito.
A
forma radial (ao redor de) ajuda a comunidade a participar melhor. Os bancos ou
cadeiras acomodem bem as pessoas. Acomodar significa também respeitar as
pessoas com necessidades especiais: mães com crianças de colo, mulheres
grávidas, pessoas portadoras de deficiências e idosos.
É
preciso também prever acomodações para os que desempenham alguma função ou
ministério litúrgico: presidente, diáconos, leitores, salmista, acólitos,
coroinhas, os que sustentam o canto e os músicos (cf.. IGMR 311).
Os
músicos e cantores são parte integrante da assembléia[3].
Geralmente a equipe de canto e músicos ficam na frente, próximo ao presbitério.
Chamados a participar juntamente com toda a assembléia, eles se colocam
voltados para o lugar onde acontecem as ações rituais: ambão, altar, cadeira da
presidência, fonte batismal, e nunca de frente para a assembléia como se
estivesse se apresentando.
A
posição que cada um ocupa no espaço celebrativo não enfatiza condições de maior
ou menor dignidade, mas realça a função e o serviço que cada um é chamado a
desempenhar e colabora para que todos se sintam participantes e não meros
espectadores de uma ação realizada por alguns.
3 – O lugar da
presidência - Sede
Na
celebração eucarística, o presidente faz as vezes de Cristo. Sua função pede
que “presida”, que se sente diante da assembléia e coordene a ação celebrativa
e oração. Por conseguinte, seu lugar, seu lugar não é meramente funcional. Como
no caso dos outros ministros ou da assembléia, mas um lugar simbólico. A sede,
por sua localização e seu material, deve permitir que o celebrante mostre-se de
fato como presidente da comunidade dos fiéis (OGMR 271; IOe 92), evitando
parecer trono. A sede do presidente não deve ser um assento qualquer, mesmo nas
Igrejas pequenas.
Os
assentos dos outros ministros devem ter uma formar que o distinga da sede – que
deve ser única -, apresentando, porém, qualidade igual. A prática colocar as
cadeiras menores de cada lado da sede, mas muitas vezes quase iguais, deve ser
evitada nas paróquias e Igrejas, para não dar a impressão de que sempre são
necessariamente três os ministros. Mesmo na catedral, onde as cadeiras estão
previstas para os diáconos que acompanham o bispo, devem ser, em primeiro
lugar, diferentes em seu design e não
só em seu tamanho; e, em segundo lugar, podem ser colocadas um pouco atrás da
sede, para evitar a impressão de um tribunal e enfatizar a importância do bispo
como pastor em meio do rebanho.
A
sede, de acordo com a estrutura de cada Igreja, deve ser colocada de tal modo
que possa ser vista comodamente pelos fiéis. Por isso, deve achar-se elevada e
destacada, mas não demasiadamente separada da assembléia. Não é recomendável
pô-la no fundo da abside ou do presbitério, onde perde seu poder de presidência
por encontrar-se longe demais da assembléia. Em muitos lugares, a sede pode
situar-se a um lado do altar, próxima dos primeiros assentos da assembléia. A
oportunidade que se dá aos artistas no projeto do altar, da sede e do ambão é
interessante desafio a buscar, de maneira criativa, a união visual entre os
três, com os materiais e/ou elementos do design.
A
forma e o material da sede criem uma unidade com o altar e o ambão. Não são
indicadas para o espaço litúrgico cadeiras comerciais, feitas em série, que
combinam com mesas de sala de jantar, mas não combinam com as peças litúrgicas.
As cadeiras com as almofadas são indicadas para climas frios.
Para
realçar a unidade, é bom que a cadeira do presidente nunca esteja isolada,
sozinha, mas ladeada pelos assentos dos concelebrantes, diáconos e demais
ministros. Convém que, antes de ser destinada ao uno litúrgico, que se faça a
sua bênção[4].
4 – O altar
O
catecismo da Igreja católica diz:
“Sobre o altar que é o
centro da Igreja, faz-se presente o sacrifício da cruz sob os sinais
sacramentais. O altar também a mesa do Senhor, a que o Povo de Deus é
convidado” (CEC
1182)[5].
Na
formulação, observa-se uma tensão criativa: o altar é pedra sacrifical e, ao
mesmo tempo, mesa festiva. Pedro Farnés afirma em seu livro Construir y adaptar lãs iglesias: “O
altar é, portanto, pedra, mas sobretudo é mesa”. Essa afirmação é importante
por suas conseqüências práticas na projeção e construção dos altares atuais. O
altar deve seu uma mesa e ter o aspecto de uma mesa.
Com
base nos documentos conciliares e pós-conciliares, o altar tem algumas
características que são essenciais e outras que são recomendáveis. As
essenciais são:
- Estar
separado da parede, de maneira que se possa girar facilmente em torno dele
e celebrar de frente para o povo;
- Ocupar
lugar tão importante no edifício sagrado que seja realmente o centro para
onde seja espontaneamente atraída a atenção de toda a assembléia;
- Ser
único, dedicado só a Deus;
- Não
ter imagens nem relíquias sobre sua superfície.
- Ser
fixo, isto é, estar preso ao edifício;
- Estar
consagrado;
- Ser
de pedra natural ou, pelo menos, de outro material sólido e artisticamente
trabalhado;
- Estar
edificado sobre o sepulcro de mártires ou de santos, ou incluir em sua
parte inferior essas relíquias.[6]
Eis
algumas das razões disso:
Em
primeiro lugar, isolado, não conectado com nenhum outro objeto, o altar
recuperou seu simbolismo próprio: já não precisa servir ao retábulo, a uma
imagem ou a uma relíquia. Estando separado, pode adquirir dimensões mais
atualizadas e adequadas a seu simbolismo. Se for muito longo e estreito, a
impressão visual é a de um objeto de
duas dimensões. Estendendo-se para a frente, ele recupera sua terceira
dimensão, como era antes do século X, época em que era quadrado e não costumava
exceder um metro de profundidade.
5 – O Ambão
Deve
haver um único ambão, não dois iguais (OGMR 272). Se se precisa de um “pódio”
ou atril para o monitor , faz-se um
muito mais simples, que não entre em concorrência com o ambão e se situe em
contraposição [simetricamente oposto] a ele. A simetria (desejo de ter
equilíbrio matemático entre elementos), embora seja um conceito popular, não
ajuda no sentido estético nem é uma regra litúrgica. Pelo contrário, a
assimetria é mais artística e, no caso do único ambão, mais litúrgica.
O
lugar do ambão deve ser: “elevado, fixo e não portátil, dotado da disposição e
nobreza adequadas, de modo a corresponder à dignidade da Palavra de Deus...”
(OLM 32).
A
Palavra de Deus sempre foi especialmente honrada pela Igreja; durante o
Concílio Vaticano II, e depois dele, foi ela enfatizada ainda mais. Em toda
celebração dos sacramentos da Igreja, a Palavra é parte integrante. Sua
importância é também observada no realce dado ao lugar da proclamação da
Palavra. Seu propósito não é meramente funcional, mas também simbólico. Um
simbolismo que deve recordar com clareza aos fiéis: “que na Missa lhes é
preparada a dupla mesa da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo...” (ibid). Isso
requer uma harmonia entre o altar e o ambão. E o projeto do lugar da palavra
deve ser efetuada com o mesmo esmero artístico que o do altar, porque a Igreja
que nos diz que “quando se lê na Igreja a Sagrada Escritura, é Ele (Cristo) que
fala” (SC 7). Sua ornamentação deve ser festiva e ajudar a destacar, possam
guardar livros, papeis etc., zelando-se para que não se transforme num lugar de
despejo para qualquer coisa.
Pede-se
que seja um lugar fixo. O atril ou facistol, com freqüência de realização
inadequada e na artística, não pode conseguir a expressão da verdadeira
importância da mesa da Palavra, especialmente quando é removido depois da
celebração, ou, pior ainda, quando se move e treme durante a proclamação. O
simbolismo do lugar da palavra deve estar presente antes, durante e depois da
celebração.
Na
colocação do ambão, deve-se considerar não só que os fiéis escutem bem o
leitor, mas também que o vejam claramente. Para atingir essa finalidade, é
necessário assegurar a elevação adequada por meio de degraus e/ou pela própria
construção do móvel. A altura é determinada de acordo com cada lugar: o ambão
deve ser visível por todos, mas não tão alto e imponente quanto os púlpitos de
anos passados.
O
ambão é reservado às leituras, ao Exultet,
à homilia e a oração dos fiéis (OLM 33). Não está previsto o uso do ambão para
as admoestações, os avisos, a direção do canto ou canto as orações presidências
como se costuma ver em alguns lugares.
BIBLIOGRAFIA:
.
Guia Litúrgico-Pastoral – CNBB – Ed. CNBB 1ª Edição.
.
Equipe e Liturgia – Ione Buyst – Paulinas
.
Manual de Liturgia II – Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM - PAULUS
[4] Cf. IGMR
310 e cf. Ritual Romano, Ritual de
bênçãos, ed. Típica 1984, Bênção de Cadeira de Presidência, n. 880-899
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